objeto : terra
Isabelle Catucci
Palavras e sensações derivadas das observações sobre o conceito terra.
A terra é objeto de desejo, exploração e domínio, no entanto, permeia a nossa perceção do mundo e compõe nosso vocabulário.
A terra, na sua faceta planetária ecossistémica, retoma a ação do sujeito, sem por isso impedir que tenhamos voz e interesse em tomar parte.
A exposição objeto : terra requer uma leitura de reciprocidade, de inversões e sobreposições.
Os trabalhos artísticos, no jardim da Biblioteca, permitem o diálogo entre o discurso e o sentimento, ao considerarmos os materiais, as formas e as dimensões. As instalações e os livros em cerâmica apresentam múltiplas possibilidades de elencar e reconstruir significados sobre a terra e os espaços de vida.
Bio
Isabelle Catucci da Silva
Artista, professora e investigadora. Formada em Escultura pela Escola de Música e Belas Artes do Paraná, mestre em Antropologia Social pela Universidade Federal do Paraná – Brasil. Atualmente realiza o doutoramento em Escultura na Universidade de Lisboa – Faculdade de Belas Artes, onde investiga os processos de significação da terra como material e conceito no campo artístico. Professora no Departamento de Artes, Curso de Artes Visuais da Universidade Federal do Paraná- Brasil, na área de escultura, cerâmica e poéticas tridimensionais. Realizou exposições individuais e coletivas desde 2004. É membro integrante do CIEBA – Centro de Investigação e Estudos em Belas Artes e do Vicarte – Centro de Vidro e Cerâmica para as Artes.
Release da exposição
A exposição ao ar livre intitulada Objeto: terra de Isabelle Catucci reúne blocos em terra crua, instalação, livros de cerâmica e intervenções.
A proposta da exposição surge do questionamento sobre os processos de significação da terra, enquanto material e conceito, no quotidiano e na arte, tema da investigação de Catucci em escultura no doutoramento em curso na Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa. As indagações sobre a terra enquanto objeto superam a condição de apreciação da matéria inerte para aguçar a perceção sobre a linguagem, emoção e forma.
As relações entre a terra e as palavras, as imagens, as texturas e os volumes são elencadas nos trabalhos artísticos que solicitam a atenção dos visitantes para os múltiplos sentidos de acepção do tema, tal como na instalação central Plataforma, composta por quatro púlpitos em terra crua, que por suas disposições e aparências, evocam tanto a imaginação sobre o discurso, pela semelhança com a topologia específica do módulo, quanto sobre o caráter contextual, do espaço, na observação dos materiais, do tempo e do ambiente. Nos livros de artista realizados em cerâmica, as leituras sobre a noção de objeto e sujeito, da terra enquanto substância, superfície e planeta ecossistêmico, continuam a ser retomadas de modo subtil, em composições que transitam entre as noções de proximidade com o conceito, como no livro Casa-caverna, com imagens de blocos de cerâmica e de uma gruta; e de distanciamento, na representação do planeta como imagem em transformação na série de azulejos Estudos sobre Gaia.
Patente até o dia 31 de Julho de 2021 no jardim da Biblioteca FCT/Nova Lisboa- campus Caparica, com entrada gratuita, das 10h às 17h horas, dias de semana.
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