A Semana
Internacional do Acesso Aberto de 2022,
promovida pela SPARC, realiza-se de 24 a 30 de outubro com o tema “Open for
Climate Justice” e é uma oportunidade para aumentar a consciencialização sobre
como a abertura da informação científica pode ser um meio para a justiça
climática.
A Biblioteca da FCT NOVA promove iniciativas no âmbito da Semana Internacional do Acesso Aberto desde 2011. Pode consultar abaixo programação deste ano. Confira também os conteúdos sobre o Acesso Aberto disponíveis no Blog e nas redes sociais da Biblioteca.
Programação da Semana Internacional do Acesso aberto na Biblioteca da FCT NOVA
- 24/10/22 (Segunda feira) - 14h - Webinar: Iniciativas para a Reforma da Avaliação de Investigação apoiando práticas de Ciência Aberta (Eloy Rodrigues). Informações e inscrições aqui.
- 25/10/22 (Terça feira) - 13h – Workshop online: A Coalition for Advancing Research Assessment (European Universities Association). Informações e inscrições (até 21/10) aqui.
- 26/10/22 (Quarta
feira) - 14h - Sessão de Informação B-on:
Como publicar em acesso aberto na Elsevier.
Sessão online, aceda aqui.
- 27/10/22 (Quinta feira) - 09h30 - Sessão online: Ciência Aberta: Acesso, colaboração e partilha (Fundação para a Ciência e Tecnologia). Informações e inscrições aqui.
Dia 28 de outubro de 2022 | Ciência Aberta na NASA e no CERN
Ciência Aberta é assunto sério. Tão sério que diversas instituições estão
a desenvolver políticas específicas de Acesso Aberto e/ou Ciência Aberta. A
UNESCO publicou no final de 2021 uma Recomendação de Ciência
Aberta e a União Europeia também tem dado prioridade à implantação de uma política comum.
A Organização Europeia para a Investigação Nuclear, conhecida como CERN (antigo acrônimo para Conseil Européen pour la
Recherche Nucléaire), é o maior laboratório de física de partículas do mundo e
os seus valores centrais preconizam que a investigação científica seja aberta e
acessível a todos. Em consonância com as diretrizes europeias e a tendência da
comunidade científica internacional para a Ciência Aberta, o CERN aprovou, em
setembro de 2022, uma nova política de ciência
aberta na Organização, com efeito imediato. A política
visa tornar a investigação do CERN totalmente acessível, inclusiva, democrática
e transparente, tanto para outros investigadores comopara a sociedade em geral.
A Agência Espacial Norte Americana (NASA)
desenvolveu o programa ”Transform to Open Science
(TOPS)” que decorrerá de 2022 a 2027 e pretende
envolver a comunidade científica para
as práticas de ciência aberta através de
eventos e atividades destinadas a:
●
Reduzir as barreiras à entrada de comunidades
historicamente excluídas;
●
Melhorar a compreensão sobre o uso de dados e de
códigos da NASA para que as pessoas possam tirar proveito das suas coleções de Big
Data;
●
Aumentar as oportunidades de colaboração enquanto
promove inovação científica, transparência e reprodutibilidade.
No âmbito do TOPS, a NASA designou 2023 como o Ano da Ciência Aberta e
pretende, com isso, desencadear mudanças e inspirar a aceitação da ciência
aberta através de eventos e atividades que mudarão o paradigma atual. A NASA
assume o compromisso de longo prazo para apoiar a construção de uma comunidade
científica aberta e inclusiva na próxima década.
Dia 27 de outubro de 2022 | Ciência Aberta na Biblioteca da NOVA FCT
Dia 26 de outubro de 2022 | B-on, Acesso Aberto e Acordos Transformativos
Em 2016, os Ministros da Ciência e
Inovação da UE decidiram que todas as publicações científicas europeias
deveriam estar imediatamente acessíveis até 2020. No seguimento desta decisão,
em setembro de 2018, um grupo de agências nacionais de financiamento da
investigação, com o apoio da Comissão Europeia e do Conselho Europeu de
Investigação (ERC), anunciou o lançamento da cOAlition S,
uma iniciativa para tornar realidade o acesso aberto total e imediato a publicações
de investigação, por meio do Plano S, que começou a ser implementado em 2021
nos países signatários, entre quais está Portugal.
Assim, já se começa a sentir o impacto de
um dos principais elementos desse Plano: os acordos transformativos.
Os acordos transformativos são contratos
negociados entre instituições (bibliotecas e/ou consórcios nacionais e
regionais) e editores que transformam o modelo de negócios subjacente à
publicação em periódicos académicos, passando de um modelo baseado no acesso
pago (assinatura) para um em que os editores são remunerados com um preço
justo, e não os atualmente pagos, pelos seus serviços de publicação.
Em Portugal, a B-On negociou, até agora,
12 acordos para 2022-2014, dos quais sete já estão em vigor e cujos detalhes
podem ser consultados no site da B-on.
Consulte aqui informações específicas sobre o acordo entre a B-on e a Elsevier especificamente.
Espera-se que estes acordos sejam apenas
soluções temporárias para a transição para o Acesso Aberto completo, de modo que,
gradualmente, os editores científicos passem a aderir a esta modalidade de
publicação como norma e sem cobrança de qualquer taxa. A expectativa da cOAlition
S é de que os acordos transformativos deixem de existir a partir de 2025.
Dia 25 de outubro de 2022 | Para além de verde e dourado: outras “vias” para o Acesso Aberto
O Budapest Open Access Initiative (BOAI) publicou em 2002 um manifesto que, além de fundamentar o Acesso Aberto (AA), estabeleceu as duas primeiras estratégias fundamentais para o AA às publicações científicas: Verde e Dourada. Mais recentemente, a comunidade científica passou a discutir outras duas vias: Diamante e Bronze.
● Verde/Green Open Access: Arquivo das publicações finais ou versões preprint em Repositórios institucionais (como o RUN), temáticos ou generalistas (ZENODO).
● Dourado/Golden Open Access: A publicação é realizada em Periódicos de Acesso Aberto, ou seja, naqueles em que não se paga aceder ao conteúdo, mas paga-se para publicar.
● Diamante/Diamond Open Access: Publicação em Acesso Aberto no qual revistas e plataformas são gratuitas para autores e leitores (por vezes também referido como Platinum Open Access).
● Bronze: Modelo de AA híbrido, no qual a publicação está disponível para leitura no site do editor, porém sem atribuição de Licenças Creative Commons e sem permissões de reuso.
Vale lembrar que o Acesso Aberto híbrido é aquele em que periódicos por assinatura solicitam aos autores o pagamento de taxas de publicação, também chamadas de Article Publishing Charges (APCs) para que o artigo possa ser publicado em AA. Porém, este modelo permite que haja um cenário de dupla-cobrança, em que o mesmo periódico cobre aos autores para publicar e aos leitores para aceder ao conteúdo. Por esta razão, uma das propostas do Plano S é de que não sejam mais pagas APCs a partir de 2025.
Não se esqueça de responder, até dia 28/10/22, ao questionário “Ciência Aberta na FCT NOVA”
Dia 24 de outubro de 2022 | Para além do fator de impacto: métricas alternativas
Métricas alternativas para a avaliação científica
A
avaliação é um processo importante no sistema científico. No que diz respeito à avaliação dos
investigadores, esta tem-se baseado no fator de impacto das publicações científicas,
critério que se tem revelado redutor.
O processo de avaliação ao ficar cingido às
métricas tradicionais e ao seu impacto na comunidade científica fica incompleto
face às mudanças que encorajam uma ciência mais aberta, para tal é necessário
implementar métodos de avaliação mais abrangentes recorrendo a métricas
alternativas, dados abertos e aprendizagem aberta com foco na relevância social
da investigação. Ou seja, aferir o impacto da investigação através de
informação adicional e complementar à das
métricas tradicionais recorrendo a métricas alternativas
(altmetrics) que englobam o número downloads e visualizações, as redes
sociais, blogues, gestores de bibliografia,
entre outros, conferindo às publicações científicas impacto social que vai mais ao encontro dos valores da
ciência aberta.
As
métricas alternativas permitem ao investigador ter a perceção do impacto da sua
investigação científica em tempo real, abrangem a diversidade de resultados
científicos e alcançam outras audiências (profissionais de várias áreas e
público em geral).
A
necessidade de redefinição dos critérios de avaliação, com base na necessidade
de existirem diferentes modelos para a avaliação da investigação e a sua
complementaridade conduziu à elaboração de diversos documentos, tais como a Declaração DORA (San Francisco Declaration on Research Assessment) que refere um
conjunto de recomendações, como: evitar as metodologias de avaliação baseadas
em indicadores de prestígio de revistas científicas, considerar todos os tipos
de resultados de investigação e o uso em paralelo de várias métricas e métodos
de avaliação quantitativa, e o Manifesto
de Leiden que chama a atenção para os limites da utilização
de indicadores exclusivamente quantitativos.
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