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Exposição | Memória de abril

 


Celebrar o 25 de abril [50 anos] na NOVA FCT

Foram várias as iniciativas e as interpretações da revolução de 25 de abril de 1974 a acontecer, ao longo do ano, no Campus da Caparica. Uma data fundamental na história portuguesa, que inicia um processo de democratização, que se traduz na plural e diversificada sociedade que hoje conhecemos.
Encerramos as comemorações com a Exposição - Memória de abril.

Memória de abril
Fotografias de Mário Varela Gomes e recortes de imprensa americana

Curadoria Fernanda Rollo
Preguiçódromo da Biblioteca | 7 de novembro a 20 de dezembro

Esta exposição tem um caráter documental procura apresentar a revolução muitas das emoções e o pulsar dos acontecimentos da época através da lente da máquina de Mário Varela Gomes e dos ecos na imprensa americana da época.

Colaboração Fundação Mário Soares e Maria Barroso.
Apoio American Corner
Designer Ricardo Almeida

Finissage 17 dezembro

Programa

16:00 Sessão no Auditório Biblioteca

José Júlio Alferes
Diretor da NOVA FCT

José Moura
Comissário para as Atividades no Campus da NOVA FCT

Marie Blanchard
Public Diplomacy Section, Embaixada dos Estados Unidos da América

Fernanda Rollo
Curadora da Exposição (NOVA FCSH)

Palestra 
Os Estados Unidos e a transição para a Democracia em Portugal

Luís Nunes Rodrigues
ISCTE - IUL

17:00 Visita à Exposição e receção.

Fernanda Rollo e Mário Varela Gomes


“A cidade está tensa, mas calma"

As operações começaram após a meia-noite de 25 de abril de 1974, ao sinal das canções “E Depois do Adeus” e “Grândola Vila Morena”. O comando estava instalado no quartel da Pontinha, liderado pelo major Otelo Saraiva de Carvalho. Apesar de movimentações de tropas em todo o país, Lisboa era o centro das operações. Diversas unidades militares convergiram para pontos estratégicos, ocupando o aeroporto, a RTP, o Rádio Clube Português, silenciando a Emissora Nacional. Por volta das 6 horas da manhã, a coluna de cavalaria de Santarém, comandada por Salgueiro Maia, chegou ao Terreiro do Paço, bloqueando acessos a importantes edifícios governamentais. Marcello Caetano refugiou-se no Quartel do Carmo. Até às 7 horas, as forças revolucionárias asseguraram as posições estratégicas. Do lado da velha ditadura quase nada aconteceu, exceto a PIDE/DGS, que abriu fogo contra a multidão provocando quatro mortos e vários feridos. Alguns membros do Governo tentaram coordenar a resistência a partir dos Ministérios do Exército e da Marinha, mas fugiram quando as tropas de Salgueiro Maia ocuparam os edifícios. A fragata Gago Coutinho recusou ordens de bombardeamento e as tropas leais ao governo foram dissuadidas ou juntaram-se aos revoltosos. Às 11h30, Salgueiro Maia foi instruído no sentido de cercar o Quartel do Carmo. Estava tudo em suspenso. Conforme o relato da embaixada americana para Henry Kissinger, então chefe do Departamento de Estado: “A cidade está tensa, mas calma, com um elevado número de militares em evidência1.” Assim, por sua vez, o transmitiu Kissinger à Casa Branca: «A agência portuguesa de informação (ANI) diz que está a ocorrer uma revolta militar, mas que a sua dimensão e natureza são ainda desconhecidas. [...]. Não se sabia muito mais, confiando-se, todavia, que o propósito dos militares seria libertar o país do velho regime. Por fim, pelas 18 horas, Marcello Caetano rendeu-se ao general Spínola.
Entretanto, o povo de Lisboa saiu à rua, tomando posição, ocupando as artérias da cidade, preenchendo as praças, fazendo sua a Revolução. Em breve a apreensão fez-se esperança, deixando memórias profundas daqueles que presenciaram e fizeram parte desse momento libertador. 
Entre tantos, no meio desse turbilhão cujo desfecho se foi desvelando, esteve Mário Varela Gomes. Era então um jovem estudante de arquitectura que saiu à rua para registar os acontecimentos, com a consciência da importância do que presenciava e a avidez de nada querer perder.
Esta exposição – Memórias de Abril –´reúne parte das fotografias da autoria de Mário Varela Gomes que integram o arquivo ao cuidado da Fundação Mário Soares e Maria Barroso.
Compõem o notável conjunto das imagens da Revolução dos Cravos, testemunhos visuais dos de libertação que puseram fim à ditadura e instauraram a Democracia em Portugal.

Fernanda Rollo
 












 


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